ILPF garante resultados positivos para criadores de Senepol

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O Brasil já conta com 11,5 milhões de hectares destinados à Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), segundo dados divulgados pela Embrapa, o que garante um retorno econômico aos pecuaristas que passaram a investir nesse sistema. A diversificação das atividades, antes focadas na monocultura, proporciona benefícios mútuos, indo muito além do que criadores e pecuaristas poderiam esperar. Entre os estados que se destacam na adoção desse sistema está o Mato Grosso do Sul, com dois milhões de hectares, seguido do Mato Grosso, com 1,5 milhão e, logo depois, do Rio Grande do Sul, com 1,4 milhão – sendo este último o estado com o maior número de propriedades participantes de alguma das modalidades. Minas Gerais se encontra na lista com um milhão de hectares, de acordo com a Embrapa.

O pesquisador Lourival Vilela, líder do Projeto de Transferência de Tecnologia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, diz que já são mais de 30 unidades da Embrapa envolvidas no projeto. Ele explica que, dentre os principais fatores de motivação entre os envolvidos, está a redução de impactos ambientais, a adequação do ambiente, a recuperação das pastagens e a lucratividade garantida. “O sistema único de produtividade está suscetível, tanto do ponto de vista de produção econômica como da sustentabilidade. Grande parte dos nossos pastos são de baixa qualidade de produção e, através da Integração Lavoura-Pecuária (ILP) ou da ILPF, é possível obter melhorias do solo, refletindo na produção de grãos, em especifico na produção de forragens – com maior qualidade nutritiva, causando um grande impacto tanto na produção de grãos quanto na produção de bovinos. Com isso, mesmo nos períodos de seca, é possível notar um ganho de peso de até 1.000 gramas/dia por animal. Quando se fala em Senepol, considerado uma raça precoce com necessidade de ingestão de alimentos em quantidade e qualidade (valor nutritivo), obtemos resultados surpreendentes”, comemora.

Programa ABC

O Sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta já é responsável por boa parte do financiamento do Plano ABC (Programa para a Redução da Emissão de Gases de Efeito Estufa na Agricultura). Segundo dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), cerca de 7% de todo o valor destinado ao programa é utilizado para a ferramenta tecnológica, promovendo sinergia entre as práticas, antes feitas isoladamente umas das outras.

A proposta, segundo o próprio MAPA, é alcançar os objetivos traçados pelo Plano ABC, no período compreendido entre 2011 e 2020, para o qual estima-se que serão necessários recursos da ordem de R$ 197 bilhões, financiados com fontes orçamentárias ou por meio de linhas de crédito. Dos valores mencionados, cerca de R$ 157 bilhões seriam recursos disponibilizados via crédito rural para o financiamento das atividades necessárias para o alcance das metas físicas de cada programa.

Um dos criatórios de Senepol adeptos do Sistema Integração-Lavoura-Pecuária é o Senepol CMI, localizado em Camapuã, em Mato Grosso do Sul. A adoção do sistema teve como propósito maximizar a produtividade do rebanho e o uso dos recursos naturais. Em 2002, deu início a uma moderna estrutura de curral e laboratório, realizando o consórcio de lavoura e pecuária em uma área, e o reflorestamento em outra. A adoção da ILP torna a fazenda mais produtiva, permitindo a produção de adubo com todos os nutrientes necessários para uma pastagem mais nutritiva. A fazenda planta milho específico para a silagem e, quando se faz uma safrinha de milho ou milho da safra principal, aproveita e faz a silagem para o gado. Isso ajuda nos períodos mais secos.

Além disso, a fazenda é responsável por uma área específica para reflorestamento destinada ao plantio de eucalipto e de pinus.

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