Segundo Eduardo Pedroso, aceleração genética, eficiência produtiva e sustentabilidade são as bases para que o Brasil assuma a dianteira mundial na oferta de carne bovina de qualidade
O zootecnista Eduardo Pedroso destaca que o uso de genética superior e manejo intensivo é o que garante rentabilidade, produtividade e o futuro da pecuária brasileira (Foto: Reprodução).
O zootecnista Eduardo Pedroso destaca que o uso de genética superior e manejo intensivo é o que garante rentabilidade, produtividade e o futuro da pecuária brasileira (Foto: Reprodução).
A pecuária brasileira entra na próxima década com o desafio de consolidar sua liderança global em um mercado cada vez mais competitivo.
Em entrevista ao Giro do Boi, o zootecnista Eduardo Pedroso, diretor executivo de originação da Friboi, afirma que o caminho para o sucesso reside na aceleração genética e na adoção de um sistema de alta eficiência, com foco inegociável na sustentabilidade e na rentabilidade.
Segundo Pedroso, para dar o próximo passo em produtividade, o Brasil precisa erradicar imediatamente o uso de touros inferiores na reprodução. “O maior sócio oculto da pecuária brasileira hoje chama boi cabeceira de boiada emprenhando vaca”, disse.
O custo e o tempo são os mesmos para produzir um bezerro bom e um ruim, mas o bezerro de genética inferior é o “sócio oculto” que mais impacta o lucro da fazenda. O diretor reforça que o retorno do investimento em genética superior é garantido e se traduz em quatro alavancas de ganho para o produtor.
A era da escassez de proteína e o “motor” do Brasil
O cenário global projeta uma nova e urgente era: a da escassez de proteína. Atualmente, o rebanho bovino comercial mundial é equivalente ao da década de 1960, enquanto a população global subiu de 3 bilhões para mais de 8 bilhões de pessoas.
“O Brasil é o único país capaz de ter um incremento de produção e produtividade para suprir o déficit global no curto espaço de tempo”, afirma o diretor da Friboi.
Segundo projeções da Datagro, o Brasil deve ultrapassar ou emparelhar a produção de carne bovina dos Estados Unidos entre 2027 e 2028, tornando-se o maior produtor global. Esse crescimento será impulsionado por tecnologias essenciais:
Aproveitamento de coprodutos da agroindústria, como DDG (Dried Distillers Grains) e WDG (Wet Distillers Grains).
Pedroso destaca o Mato Grosso como o “motor do Brasil” e um exemplo de que o incremento do rebanho e da produtividade é plenamente possível “sem precisar abrir novas áreas, só com uso de tecnologia”.
O impacto da genética é evidente na ponta da cadeia. Segundo o executivo, o abate de gado jovem já é uma realidade na Friboi (acima de 82% do abate), e a redução da idade de abate nos últimos 15 anos é notória. A média de carcaça dos animais jovens está na casa das 20 arrobas, mas, segundo ele, o objetivo é mais ambicioso.
“Nós acreditamos que as médias devem galgar o próximo passo: 22, depois 24, depois 25, depois 26 arrobas nos próximos anos. O objetivo final é que o Brasil se posicione na ‘festa de gala da carne mundial’, onde a paridade de preços exige “padrão, constância, credibilidade, reputação internacional de qualidade. E nós estamos nesse caminho”, destacou.
Fonte: canalrural.com.br