Iniciativa buscou colocar o Brasil, maior exportador de alimentos do mundo, no centro das discussões globais sobre pecuária sustentável
Brasília (01/10/2025) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu, na quarta (1º), o evento “Alimentando o futuro: Construindo caminhos para uma produção pecuária mais sustentável”, em Roma (Itália). O encontro ocorreu paralelamente à Conferência Global da FAO sobre Transformação Sustentável da Pecuária, realizada na sede da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
O painel foi mediado pela assessora de Relações Internacionais da CNA, Elena Castellani, e participaram a pesquisadora da Embrapa Gado de Corte, Mariana de Aragão Pereira; o secretário-geral da World Farmers Organization (WFO – Organização Mundial dos Produtores), Andrea Porro; e a chefe de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Companhia de Agricultura da Austrália, Naomi Wilson.
Para Elena, a iniciativa buscou colocar o Brasil, maior exportador de alimentos do mundo, no centro das discussões globais sobre pecuária sustentável.
“Além de deixar claro que as metodologias de mensuração aceitas atualmente pela FAO não representam a realidade da pecuária tropical brasileira, reforçamos a importância de uma atualização. Nesse ponto, tivemos apoio da Austrália, que enfrenta desafios semelhantes”, destacou.
Durante o debate, Andrea Porro apresentou dados sobre a importância da pecuária no desenvolvimento global. Segundo ele, o setor sustenta mais de 1,7 bilhão de pessoas em todo o mundo.
“Sessenta por cento das famílias rurais em países em desenvolvimento dependem da criação de animais para garantir segurança econômica, e o gado responde, em média, por 40% do PIB agrícola. Na África, esse percentual pode variar de 20% a 80%”, afirmou.
Já Mariana de Aragão compartilhou um panorama da pecuária de corte no Brasil, abordando o uso da terra, a evolução da produção de carne bovina e os desafios para intensificar a atividade de forma sustentável. Ela destacou como práticas essenciais o uso de tecnologia, acesso à informação e crédito, assistência técnica qualificada e disponibilidade de dados oficiais completos e atualizados.
A representante australiana Naomi Wilson apresentou experiências de seu país, ressaltando que o Modelo de Rebanho Sustentável, aliado a ferramentas espaciais, inovações genéticas e melhor gestão no campo, vem reduzindo a rotatividade e os custos operacionais.
Além disso, segundo ela, as práticas adotadas têm aumentado o desempenho e a produtividade animal, protegido o patrimônio genético e contribuído para a melhoria das condições da terra e da função dos ecossistemas australianos.
Fonte: cnabrasil.org.br