Este foi o Leilão Senepol Nova Vida e 3G, realizado em 20 de junho, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, que arrecadou R$ 1.416.000,00 com a oferta de 33 lotes de fêmeas PO e POI. A média geral de R$ 43 mil ressalta a grande valorização que a raça vive no cenário nacional.
Com transmissão pelo Canal do Boi, foram efetivadas vendas para o Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, genética diferenciada que aproximou criadores tradicionais e novos investidores, inclusive, estrangeiros. As disputas foram assíduas, principalmente quando Babi da 3G, lote mais valorizado do leilão, desfilou no tattersal expressando toda plenitude da raça. Lance a lance, a ultima oferta veio da Senepol Liberdade, que levou o animal R$ 64.800,00.
Outro lote de destaque foi a novilha Fancy da 3G, que também pertencia à seleção de Neto Garcia, adquirida pelo colombiano Alberto Roja, que desembolsou R$ 60 mil pelo animal. Essa novilha também carrega animais consagrados em sua linhagem, como os reprodutores Wizard 23D e Rondon 43K. Este último, para quem não se lembra, foi vendido em 2004 pela Agropecuária Nova Vida, também promotora do leilão, ao colombiano Ezequiel Chávez, da Fazenda El Retiro, por US$ 50 mil.
O destaque do plantel da Agropecuária Nova Vida, que se tornou pioneira no ano 2000, quando fez a primeira importação de animais da raça, ABNURUS da JAJ, arrematada pela Agropecuária Umuarama, por R$ 38.400,00. A propriedade dos irmãos Ricardo Arantes e João Arantes Neto, em Ariquemes (RO), colocou à venda 14 lotes individuais no leilão.
“Esse leilão foi diferente, pela proposta de abrir mão de uma genética rara e ainda pouco conhecida de muitos criadores. O Senepol cresce a cada dia, pela adaptabilidade e produtividade que incorpora aos cruzamentos. Quem faz seleção colhe bons frutos e será assim por muitos anos. O resultado não poderia ser melhor”, relatam.
Crescimento comprovado
Segundo estimativas, mais de 90% dos bovinos abatidos no Brasil são gerados a campo, por monta natural. Quando chegou ao país, o Senepol tornou-se pioneiro em uma época que os pecuaristas estavam receosos com o cruzamento industrial por não encontrar raças taurinas resistentes às intempéries tropicais . O Senepol não só preencheu essa lacuna como é o taurino adaptado que mais cresce no Brasil. Hoje, o País detém o maior plantel da raça em todo mundo.
O Senepol proporciona uma série de ganhos na heterose, resultando em animais pequenos ao nascimento e que chegam ao peso de abate entre 22 e 25 meses ou até menos. Os pecuaristas já conseguem ganhos extras de 1,5@ na desmama e um aproveitamento médio de carcaça em torno de 56%. A cobertura de gordura também é um diferencial, variando entre 2,5 e 6 mm, quase sem marmoreio, mas mantendo a maciez da carne.
“O crescimento do Senepol pode ser explicado pelo que vem provando a cada dia no campo. Além dos ganhos que geram, são animais rústicos, bem adaptados e cobrem um grande número de vacas a campo, ou seja, quando se pensa no cruzamento industrial, o Senepol é a melhor opção entre as raças taurinas adaptadas”, acreditam os promotores.
Segundo Gilmar Goudard, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol), a raça está presente em 14 estados brasileiros e também no distrito federal. O maior plantel está no Mato Grosso, seguido por Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Rondônia e São Paulo. São aproximadamente 20.000 animais registrados e 160 criadores associados à entidade.
Para quem aposta na seleção de animais puros, o mercado está bastante atrativo. A raça apresentou grande valorização na compilação de dados dos últimos remates, com fêmeas chegando a R$ 40 mil e touros saindo pela média de R$ 10.000.