Na raça Senepol, os brincos fazem parte do sistema de identificação individual previsto pelo Serviço de Registro Genealógico, juntamente com a marcação a fogo. “O brinco garante maior segurança quanto à correta identificação dos animais, pois traz um código que é único dentro do rebanho, ou seja, não haverá outro bovino com o mesmo código na fazenda”, assegura o superintendente Técnico da ABCB Senepol, Celso Menezes. Atualmente, o banco de dados da entidade já conta com quase 100 mil animais registrados e devidamente identificados.
Cuidados no momento da aplicação dos brincos evitam perdas ou problemas de infecção. O índice de perdas aceito pelo ICAR, comitê internacional que avalia os sistemas de identificação para animais, é de até 3%. Portanto, se na sua propriedade as perdas forem acima desse percentual, está ocorrendo alguma falha nos procedimentos de aplicação ou o brinco não é de boa qualidade. Na hora de comprar o produto, prefira os de maior flexibilidade, com formato que diminua o risco de enroscar em cercas e arbustos, mais resistentes à radiação solar, com números ou letras com boa impressão e que não apaguem com o tempo.
A aplicação correta também influi na durabilidade do brinco identificador, assim como os cuidados com a higiene para evitar infecções futuras. A recomendação é fazer a higienização correta das mãos e dos equipamentos antes de aplicar os brincos. Para evitar riscos de bicheiras ou inflamações, é preciso utilizar pastas repelentes de moscas (unguento) nas bases de ambas as partes (“macho e fêmea”) dos brincos, mantendo uma camada desse produto entre o brinco e a orelha do animal. Outra dica é aplicar o brinco preferencialmente nos períodos mais secos e frios do ano, para evitar que a umidade favoreça o aparecimento de infecção. Se for no período das chuvas, utilize preventivamente um antiparasitário
Segundo o manual “Boas Práticas de Manejo – Identificação”, produzido pela UNESP Jaboticabal, após a aplicação é necessário realizar inspeções periódicas para monitorar eventuais problemas e tomar ações para resolvê-los o quanto antes. “As inspeções devem ser frequentes nos primeiros 15 dias após a aplicação dos brincos (se possível, diariamente) e, também, quando há maior risco de infestação (quando faz muito calor e a umidade do ar é alta, em locais com alta ocorrência de moscas e quando o brinco for aplicado muito próximo à cabeça do animal)”, indica o manual.
Aplicação correta- O brinco deve ser posicionado na parte central da orelha e entre as duas nervuras principais. Não aplique nas pontas, nas partes de baixo ou de cima, e nem sobre as nervuras. O espaçamento entre as partes “macho” e “fêmea” do brinco deve ser de oito mm, para que haja uma boa ventilação no local da aplicação. Eles devem girar livremente na orelha do animal.
Cuidado ao posicionar o alicate aplicador na orelha porque, se houver alguma falha na contenção do animal, o fechamento do brinco pode ocorrer fora da orelha. Outro risco é rasgar a orelha do animal. Todo o procedimento deve ser feito com calma para garantir a aplicação correta e evitar o sofrimento do animal e prejuízos com futuras perdas.