Se o caminho para produzir uma carne de qualidade é longo e repleto de desafios, o pontapé inicial para essa jornada precisa ser estrategicamente calculado para ser certeiro. Uma estação de monta mal planejada pode comprometer os resultados produtivos e econômicos. Dentro desse cenário, os touros são peça importante. Segundo dados da Embrapa Gado de Corte, o reprodutor proporciona 88% do ganho genético de todo o rebanho para relações touro:vaca de 1:40. Por isso, a escolha dos animais deve ser bastante criteriosa para garantir o sucesso do sistema de produção. “O pecuarista deve procurar um animal comprovadamente melhorador, e esquecer de vez o chamado boi cabeceira de boiada, que nada acrescenta em termos de melhoramento genético do rebanho”, explica o técnico da Associação Brasileira de Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol), Rafael Pacheco.
A facilidade do touro Senepol de cobrir a vacada a campo mesmo em regiões de calor extremo, como ocorre em grande parte do país, é considerado um dos diferenciais da raça. Além da rusticidade, outro diferencial da raça é a alta libido. “Os touros Senepol cobrem uma média maior de vacas e são ativos por até 10 anos. O índice de prenhez da vacada com touro Senepol é superior a 90%”, assegura o presidente da entidade Pedro Crosara. Outro importante diferencial de quem usa touro Senepol em cruzamento industrial é o alcance de 100% de heterose a campo. Isso tem garantido maior rentabilidade aos pecuaristas que utilizam touros Senepol em cruzamento industrial. Conforme comprovou pesquisa da Scot Consultoria, 73,2% dos pecuaristas entrevistados relataram receber bonificação espontânea dos frigoríficos pelos animais meio-sangue Senepol. O levantamento ainda apontou que esses animais são desmamados com pelo menos uma arroba a mais que outras raças e atingem ponto de abate quatro meses mais cedo. “Ou seja, maior produtividade, resistência e precocidade”, destaca o presidente.
O técnico da ABCB Senepol lembra ainda que a recomendação é utilizar apenas touros Senepol com Registro Genealógico Definitivo (RGD). “Para usar em cruzamento, o touro registrado é uma garantia de qualidade, pois você sabe que ele passou por uma inspeção de seleção morfológica, em que são descartados os exemplares com defeitos indesejáveis, sendo muitos deles prejudiciais ao bom desempenho de cobertura, tais como umbigo (umbigudo, agarrado) e aprumos. O touro com RGD traz consigo a garantia do que vai ser transmitido à sua progênie: precocidade, adaptabilidade, fertilidade na fêmea, docilidade”, explica Rafael Pacheco.