A versatilidade da raça também tem chamado a atenção de criadores que pretendem produzir leite e vender bezerros para recria e engorda. Em pergunta enviada recentemente à Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol), o produtor rural do sul do Amazonas, Ricardo Stoppe Júnior, questiona se é uma boa opção utilizar a raça para produção de carne e leite em seu Estado. “Muitos criatórios têm optado por incluir o touro Senepol na vacada leiteira que tenha como objetivo a produção de leite a pasto, uma vez que confere rusticidade e adaptabilidade às raças leiteiras. Além disso, o Senepol contribui para agregar valor ao rebanho na hora de vender os produtos machos que nascem desse cruzamento, que são muito bons produtores de carne. É uma excelente alternativa para elevar a renda dos pecuaristas que produzem leite de forma mais rústica e com menor custo de produção.”, esclarece o médico veterinário e presidente do CDT (Conselho Deliberativo Técnico) da raça Senepol Pedro Crosara Gustin.
O Senepol tem em sua formação original a genética de dupla aptidão. A raça foi formada a partir da união de duas outras raças: o Senegalês, mais conhecido como N`Dama do Senegal, que lhe atribui rusticidade e adaptabilidade, com a raça Red Poll, cuja aptidão básica na Inglaterra era a dupla aptidão para produção de carne e leite. “Essa formação básica passou para a raça Senepol uma maior possibilidade de produzir leite para suas progênies, apesar de não ser o seu foco principal e original.”, destaca Crosara.
A raça é muito utilizada nos cruzamentos com a vacada de corte comercial, apresentando excelentes resultados com o meio-sangue nas fases de recria e engorda, tanto em sistema mais extensivo até o intensivo. “A heterose obtida através do meio-sangue Senepol permite reduzir o tempo necessário para o abate de bois dos atuais 36 meses /40 meses para os 21 meses /24 meses, combinando genética que permite e potencializa o rápido ganho de peso bovino, com aplicações de técnicas adequadas de pastejo e manejo de pastagens e nutrição.”, diz o presidente do CDT.
Fonte: Grupo Publique