Seu objetivo principal é aumentar, de forma sustentável, a produtividade e a competitividade da raça Senepol, por meio de ações coordenadas e organizadas, gerando o máximo de benefícios a seus criadores e à pecuária de corte brasileira.
Cumprindo todas as fases (pilares) do Programa, foram definidos quatro objetivos específicos:
- Acelerar, de forma organizada, o melhoramento genético da raça Senepol, com um incremento exponencial em seu desempenho produtivo;
- Estruturar o Arquivo Zootécnico Nacional da raça Senepol (AZNS);
- Auditar e Certificar a Qualidade dos rebanhos participantes do PMGS visando à segurança e à qualidade dos produtos, agregando valor aos animais superiores, sua distinção comercial perante o mercado e a sustentabilidade econômica da raça Senepol;
- Internacionalizar a genética brasileira da raça Senepol para o mundo.
No intuito de organizar a parte operativa do programa, o mesmo foi dividido em quatro etapas, que chamamos de pilares estruturantes do PMGS. Dentro de cada pilar, são desenvolvidas várias ações relacionadas e gerenciadas de modo coordenado, para a obtenção de resultados que permitam atingir o objetivo estratégico do PMGS.
Os quatro pilares são:
4.1. Serviço de Registro Genealógico – SRG
4.2. Provas de Avaliação de Desempenho – Provas Zootécnicas
4.3. Melhoramento Genético
4.4. Avaliação Genômica – Seleção Genômica
A partir do momento em que o associado já tem, pelo menos, um animal com RGD em seu nome, ele pode aderir ao programa, participando do primeiro pilar, pois, ao aderir, ele já começa a usufruir de uma série de incentivos por parte da ABCB Senepol. A limitação mínima de animais será exigida a partir do momento em que o criador for realizar provas de avaliação intrarrebanho ou participar do Geneplus.
Não, a adesão ao PMGS é gratuita, pois o programa é subsidiado pela Associação. Ao efetuar a adesão, o criador receberá por e-mail o Certificado de Adesão digital e o arquivo eletrônico para produção do banner para colocar na fazenda, identificando que o criatório é participante do PMGS.
A qualificação do nível de adesão se dará com base no grau de participação e implementação no criatório dos quatro pilares do PMGS: Registro Genealógico (SRG), Provas Zootécnicas/Avaliação (PZ), Melhoramento Genético Geneplus/Embrapa (MGG) e Informação Genômica (IG)
A Embrapa – Gado de Corte, juntamente com o GENEPLUS. A ABCB Senepol envia o Banco de Dados com as genealogias e as informações de desempenho já cadastradas no sistema da Associação, bem como os dados genômicos já identificados. Os pesquisadores da Embrapa e do Geneplus realizam as correções e padronizações necessárias para o comparativo dos animais, geram as DEPs e classificam os animais de acordo com o desempenho de cada característica avaliada ou pelo IQG – que é o Índice de Qualificação Genética. Através das avaliações genéticas, é possível identificar os melhores touros e as melhores matrizes também, que deverão ser acasaladas produzindo uma geração superior geneticamente.
O IQG – Índice de Qualificação Genética tem por objetivo reunir, em um único índice classificatório, a contribuição genética de um animal para as características mensuradas e que compõem o objetivo da seleção. O índice estimado é ponderado pelos desvios-padrão das características incluídas e pelo grau de importância de cada uma. No Sumário 2018, foi calculado da seguinte forma respeitando os respectivos graus de importância:
IQG = 5%PN (Peso ao Nascer) + 25%TMD (Total materno do peso à desmama) + 15%PS (Peso ao Sobreano) + 10%CFS (Conformação Frigorífica ao Sobreano) + 20%PES (Perímetro Escrotal ao Sobreano) + 10%AOL (Área de Olho de Lombo) + 5%EGS (Espessura de Gordura Subcutânea).
O material mais fácil de ser coletado é o pelo da vassoura da cauda do animal (mesmo procedimento para o exame de paternidade), lembrando que este deve conter, no mínimo, 30 bulbos capilares de onde será extraído o DNA. Pode-se usar também o sangue do animal. Para isso, deve-se solicitar ao Departamento do PMGS os envelopes de armazenamento, que serão enviados gratuitamente para os participantes do PMGS. Para a genotipagem de touros (doadores de sêmen), pode-se utilizar o sêmen (sem necessidade da preservação criogênica) ou o restante da paleta de sêmen que foi utilizada no laboratório de FIV, caso queira colaborar com o Banco de Dados do PMGS para a genotipagem dos touros raros que ainda não tenham sido genotipados.
O próprio criador ou técnico inspetor credenciado pela ABCB Senepol. O importante é fazer a coleta de forma correta, armazená-la adequadamente e identificar a amostra com todos os dados.
Para o envio dos pelos, existe um envelope de armazenamento, para identificação do criador, do nome do animal, número de registro, sexo e a finalidade da amostra. Esse material deverá ser enviado para a ABCB Senepol, aos cuidados do PMGS, que organizará as amostras, codificará e enviará para o laboratório responsável para a extração do DNA. Através da Associação, o custo do exame para o criador participante do PMGS ficará bem mais barato. Se o criador enviar diretamente para o laboratório, o custo será integralmente cobrado sem o subsídio do PMGS.
O laboratório oficial conveniado com a ABCB Senepol é o DEOXI/NEOGEN, que ficará encarregado de extrair o DNA e armazenar a codificação genética em SNIP CHIPS de 100K. Ou seja, todas as informações genéticas do animal necessárias para realizar qualquer tipo de interpretação genômica, como paternidade, características de desempenho, de carcaça, morfológicas, de eficiência, e outras específicas, como fator mocho, gene slick, DM (Dupla Musculatura), comprimento de umbigo etc., ficarão armazenadas e, assim que os marcadores genéticos forem sendo validados, especificamente para a raça Senepol, os resultados vão ser interpretados e liberados para os criadores. Todas essas informações genômicas, bem como o banco de informações genealógicas, de desempenho, etc., irão compor o AZNS – Arquivo Zootécnico Nacional da raça Senepol, que será permanentemente alimentado com informações pelo PMGS, garantindo a soberania e o controle oficial das informações sobre a raça para a ABCB Senepol, responsável por tudo isso em nome do Ministério da Agricultura.
Após o DNA de cada animal ser extraído, o mesmo é enviado para a AGROPARTNERS Consulting, empresa gabaritada internacionalmente que ficará responsável por analisar e interpretar o resultado dos marcadores genômicos, ou seja, irá traduzir o resultado de forma que os criadores possam utilizá-lo na prática. Essa interpretação será enviada para a ABCB Senepol, e o PMGS irá encaminhar para os criadores participantes do programa o laudo com as respectivas interpretações.
Após o DNA de cada animal ser extraído, este é enviado para a AGROPARTNERS Consulting, empresa gabaritada internacionalmente, responsável por analisar e interpretar o resultado. Essa interpretação será enviada para a ABCB Senepol, e o PMGS irá encaminhar para os criadores participantes do programa o laudo com as respectivas interpretações. Para que o PMGS tenha segurança para divulgar oficialmente a interpretação dos marcadores, os mesmos têm que ser validados cientificamente na raça Senepol. Nesse momento, temos dois: o gene Slick e o gene da Dupla Musculatura. Assim que tivermos a validação de outros marcadores de importância econômica, divulgaremos as interpretações, sem necessidade de realizar nova extração de DNA dos animais.
Dentre outras poucas raças no mundo, o Senepol é uma das que possui o cobiçado gene SLICK em seu DNA. Ele determina a maior capacidade de tolerar altas temperaturas ambientais sem redução da produtividade. A variação nesse gene em animais Senepol é uma das razões do grande sucesso da raça obtido ao longo de quase cem anos desde a sua formação. Portanto, é desejável que os animais possuam em seu DNA as duas cópias do gene SLICK contendo variação, o que os torna muito resistentes ao calor e capazes de transmitir essa característica a 100% dos seus descendentes. Resultados possíveis: SS (genótipo com duas cópias favoráveis do gene), Ss (genótipo com uma cópia favorável do gene) e ss (genótipo com nenhuma cópia favorável). Notamos, também, que os animais homozigotos “ss” (sem nenhuma cópia favorável do gene) são peludos, ou seja, com excesso de pelo (que é uma característica indesejável na raça). Portanto, desclassificante para o registro.
O gene é responsável pelo desenvolvimento da massa muscular nos animais por conta da produção do fator de crescimento (GDF8 – fator determinante de crescimento do tipo 8) durante a fase embrionária. Apesar de causar o aumento da massa muscular nos animais, uma alteração nesse gene leva ao aparecimento de problemas reprodutivos e de manejo devido ao aumento da chance de ocorrência de distocia (dificuldade de parto), principalmente quando os animais carregam duas cópias dessa mutação. Também existe diminuição no teor de gordura na carne de animais com essa característica. Portanto, é desejável que os animais não possuam em seu DNA qualquer cópia do gene DM mutado, de tal forma que os touros e doadoras nunca tenham a chance de transmitir essa característica indesejável aos seus descendentes. Resultados possíveis: dmdm (genótipo homozigoto livre com duas cópias favoráveis do gene), DMdm (genótipo heterozigoto que possui uma cópia da mutação para dupla musculatura) e DMDM (genótipo homozigoto indesejável).
A segunda etapa do PMGS é direcionada para as Provas Zootécnicas, ou seja, as Provas de Avaliação de Desempenho, comumente chamadas de PGP – Provas de Ganho de Peso, que hoje envolvem muito mais do que ganho de peso propriamente dito. A Prova de Ganho de Peso (PGP) é uma dessas Provas Zootécnicas que testa o desempenho dos bovinos de corte e que objetiva a identificação de indivíduos geneticamente superiores para características de interesse econômico relacionadas principalmente ao potencial de crescimento e qualidade da carcaça. Atualmente, são avaliadas características relacionadas a crescimento, fertilidade, eficiência alimentar, conformação e, mais recentemente, qualidade da carcaça, graças à utilização do ultrassom.
Sendo assim, as informações dos Testes de Performance são muito importantes para o melhoramento genético do Senepol: no caso das fêmeas, para identificarmos os animais superiores, já qualificados em idade jovem para uso intensivo nos programas de TE/FIV e, no caso dos machos, para que identifiquemos os reprodutores superiores em desempenho, capazes de transmitir geneticamente essa sua capacidade superior, produzindo indivíduos com alto desempenho produtivo em rebanhos puros ou em sistemas de cruzamentos com outras raças.
Para isso, ao final da prova, os animais são ordenados de acordo com um índice composto por várias características e geralmente classificados nas categorias elite, superior, regular e inferior.
Sabemos que a influência do ambiente no desempenho dos animais é muito grande. Porém, com condições de manejo e alimentação semelhantes, é possível observar diferenças no desempenho dos animais altamente correlacionadas às diferenças de genética. Neste sentido, as Provas Zootécnicas são ferramentas importantes para auxiliar a identificação dos animais geneticamente superiores, uma vez que os animais participantes possuem idades semelhantes e são submetidos aos mesmos fatores ambientais e manejo. Essas provas podem ser realizadas em pastagem, semiconfinamento ou em confinamento total, dentro de sua própria fazenda. São chamadas de provas intrarrebanho, ou Provas Coletivas, que envolvem vários criatórios ou, também, de provas entre rebanhos. Normalmente, a Prova Coletiva é conduzida em uma central de testes (uma propriedade que tem a estrutura necessária para isso), para a qual são encaminhados animais de diversos rebanhos.
Cada uma dessas modalidades possuem normas específicas para serem chanceladas pela ABCB Senepol. As provas de avaliação também serão pré-requisitos para que os animais possam receber a Certificação do PMGS Approved. Para isso, cada criador deverá participar das provas de avaliação de desempenho, sejam elas intrarrebanho ou em centrais de avaliação, de preferência das provas chanceladas pela ABCB Senepol.
A princípio, o criatório já deverá estar inscrito no PMGS e enviará a solicitação de chancela e oficialização da sua prova intrarrebanho para o email pmgs@senepol.org.br. O criador deverá entrar em contato com Técnico credenciado ABCB Senepol, para agendar a visita técnica (a escolha do técnico é opção do criador), que ficará encarregado de dar toda a orientação, o suporte técnico, estabelecimento do plano de trabalho e cronograma para a realização da prova, sendo necessário para isso pelo menos uma visita de coleta de dados e auditagem da prova. Todo o processo será realizado pelos próprios criadores inscritos no PMGS, em suas propriedades ou em local previamente contratado, desde que atendam aos procedimentos mínimos estabelecidos pelo PMGS da ABCB Senepol. Lembramos que o PMGS respeitará todos os objetivos de seleção estabelecidos por cada criatório.
Além de estar inscrito no PMGS e ter o acompanhamento do Técnico credenciado, o criador deverá atender aos seguintes requisitos constantes no Regulamento da Prova:
https://senepol.org.br/provas/
AZNS é a sigla do Arquivo Zoogenético Nacional da raça Senepol, que consiste no plano de ação global proporcionado pelo PMGS, que tem como objetivo centralizar, armazenar e organizar o acervo de informações sobre a raça Senepol, como o Registro Genealógico, o desempenho produtivo e reprodutivo dos animais, de suas progênies e avaliações genéticas e genômicas, mantendo a autonomia e a soberania da ABCB Senepol sobre o banco de dados da raça, garantindo assim aos criadores e investidores a segurança necessária para o seu melhoramento genético sem nenhuma interrupção ou interferência que possa comprometer o desenvolvimento do Senepol no Brasil e no mundo.